sexta-feira, 26 de setembro de 2014

DIREITOS HUMANOS SEU SURGIMENTO. JESUS NO COTEXTO DA SOCIEDADE E POLITICA DE SUA ÉPOCA


O nascimento dos direitos humanos no contexto das revoluções liberais da Europa. E a dimensão social do cristianismo.
Não se pode ignorar que cidadania e direitos humanos andam lado a lado, garantido que apesar das valiosas vitórias obtidas com sacrifício e luta de muitos, estas conquistas não um processo findo, o progresso, desenvolvimento cientifico e tecnológico, as novas demandas e aspirações do homem moderno vão sendo incrementada exigindo constante renovação e luta para que sejam garantidas de forma eficaz as prerrogativas para o exercício da plena cidadania. 
Os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, oriundos da Revolução Francesa e que também nortearam a Revolução Americana, inseriram no cenário mundial um novo modelo de Estado. Embora estes ideais tivessem como fonte inspiradora a burguesia, foram de grande valia e aliados as lutas sociais crescente em vários países, inclusive no Brasil. Os conceitos de cidadania voltados para uma conduta positivista de participação e os direitos humanos uniram-se historicamente ao ponto de ser impossível desassociá-los.
Tendo por certo o predecessor dos direitos humanos urgiram na Grécia antiga sob a alcunha de direitos naturais, aquele direito que é eterno, imutável e universal, anterior a qualquer outro. Tido como direitos básicos, fundamentais, direitos internacionalizado, os direitos humanos eram vistos como um direito de defesa ou como uma função de prestação, direitos negativos e positivos respectivamente, porém atualmente visto como direito de participação, que exige do Estado condutas positivas e negativas.
Enquanto a cidadania passa a garantir ao cidadão o direito de exigência de conduta negativas e positivas do Estado, o que não passa de uma cobrança enfática de implementação de direitos individuais e sociais e que estão ligados aos direitos humanos, direitos estes primordiais na garantia da participação plena da vida social. Sendo este o elo entre seus conceitos e os de cidadania. Tendo em conta que cidadania é o direito de participação na sociedade e que para seu livre exercício se devem resguardar a cada cidadão os princípios de direitos básicos, como, vida, moradia, educação segurança entre outros e em se considerando estes como direitos básicos particulares á qualquer cidadão, conclui-se que a simples violação a estes torna-se um conseqüente prejuízo a cidadania.
E é neste contexto que surge a preocupação principal da cristandade desde os tempos apostólicos. Esta preocupação irá resultar em ensinamentos das Sagradas Escrituras, pautados nos exemplos altruístas e de compaixão do próprio Jesus.Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?” João 6:5”.
As circunstâncias difíceis em que viviam os cristãos dos primeiros séculos, geralmente em situações de exclusão e isolamento e perseguição, não os impediram de continuar exercendo a caridade como na época dos apóstolos. Confira Atos dos Apóstolos cap. 2:42ss.
Uma das características marcante da Igreja nesta época e que impressionava era o “amor fraternal”, pouco acostumado com esta maneira de expressão os pagãos se surpreendiam.  Confira a epistola de Inácio de Antioquia aos Esmirnenses do inicio do segundo século.
Nestes tempos muitos cristãos procuravam socorrer os menos favorecidos com esmolas e a própria igreja como comunidade ampliou suas ações de caridade que resultou em um crescimento da igreja de Roma e que tornou conhecida sua generosidade.
Com as invasões bárbaras o papel da igreja cristã, nas pessoas de seus lideres e bispos prestou um primordial serviço no assistencialismo aos afligidos, mantendo hospitais, albergues, orfanatos e assistindo viúvas e pessoas carentes entre outras entidades.  Valorizando o ofício diaconal, transformou-se o diácono em assistente pessoais dos bispos, encarregados diretamente das atividades beneficente da comunidade.
O surgimento do monasticismo foi outro importante acontecimento na área da ação social da igreja, Inspirados pelos ensinamentos de Jesus muitos foram levados a renunciar o mundo e dedicar-se exclusivamente a Deus, realizando os votos de pobreza, castidade e obediência. Mesmo com seus aspectos negativos, é inegável as contribuições destas instituições para a igreja e a sociedade durante a idade média. Principalmente na área de missões, preservação da cultura e educação. Sua importância também pode ser notada durante os períodos de guerra, calamidades, epidemias.

O seguimento de Jesus não político, e as implicâncias sociais.
Seus adversários por muitas das vezes tentaram o colocar em situações constrangedoras e sem saída. Na passagem do ensinamento no templo lhe perguntam se é lícito as pessoas pagarem impostos. Uma negativa causaria a acusação de ser Ele um rebelde e assim alimentar o espírito de revolta dos que se sentiam oprimidos pelo governo romano. Já uma resposta positiva, faria com que muitos pesassem ser Ele um apoiador das injustiças que sofriam.
Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”Lucas 20.25:26
O significado brilhante desta resposta significa que todos, inclusive seus seguidores tem suas obrigações para com Deus e com os governos terrenos. Em contra partida à manter a ordem, os governos cobram honestidade aos seus cidadãos, exigindo corretamente o pagamento de impostos e cumprimento de suas leis.
O Senhor Jesus havia sido criado por pais que cumpriam a lei. Confira o evangelho de Lucas capitulo 2.
Da mesma maneira Jesus cumpria a lei pagando impostos que não precisava pagar, tomando desta forma, cuidado para não ir além de sua autoridade e não se envolver em assuntos seculares. Não se deixava envolver com os governos, mas os respeitava. Isto demandava uma total abstinência do contexto político, mas que ao mesmo tempo surtia uma grande influência no contexto social.
Na segunda parte de sua resposta “[...] e a Deus o que é de Deus.” Fica clara a sua intenção em se posicionar ao lado dos menos favorecidos, dos que eram oprimidos e subjugados pelas ações do Estado.
Em outra ocasião lhe questionaram a respeito de qual seria o maior dos mandamentos e a sua resposta foi: “‘E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Mateus 22:37-39.
Aqui Ele nos ensina que concernente a “dar a Deus o que é de Deus” o imperativo é o amor. Primeiro o amor irrestrito, pleno e leal a Deus. Mas reflitamos.
Podemos ser leais a Deus e seu governo celestial e ao mesmo tempo sermos leais aos nossos modelos de governos terrenos?
Muitos diriam que não e baseariam sua afirmativa no evangelho de Mateus 6:24. Errôneo quem pensa que nesta passagem Jesus se refere ao participar ou envolver-se na política. Seu posicionamento aqui é justamente contra ostentação e apego a riqueza, ao depositar sua confiança dinheiro. Veja que Jesus se refere a Mamom.
Mamon é um termo, de origem hebraica (מָמוֹן) para descrever riqueza material, cobiça, ganância, avareza, o terceiro dos pecados capitais. Sua aparência o relaciona também a uma pessoa deformada, com um saco de ouro moedas de ouro nas costas pronto para subornar os seres humanos e arrebatar suas almas é visto também como um abutre com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas.
(ICP,2004)
Quando nos dedicamos a uma analise do comportamento social de Jesus em seu tempo, as coisas não são tão claras. Não podemos o isolar simplesmente do contexto social de seu mundo ou criaremos um mito.
A companhia do Mestre eram os pobres, oprimidos, marginalizados, doentes, mortos, etc. O inicio de seus milagres é por esta classe social desprovida de qualquer apoio social e econômico do Estado. Ele se torna um marco revolucionário em sua época, contradiz tudo e todos em prol de saciar a sede e matar a fome dos necessitados. Uma das tradições farisaica diz Afasta-te dos pobres, dos pecadores, porque aos malditos”. A condição de vida dos pobres lhes impediam de praticar a Lei. Portanto, concluía-se que eram pecadores. Mas Ele, Jesus, da o exemplo e ao contrário aproxima-se e defende os necessitados, pobres e oprimidos.
Seu conflito com os poderosos e os governantes esta latente nos evangelhos. Em Jerusalém os Escribas, Fariseus, os Sumos Sacerdotes e os Saduceus são alvos, chicoteia os vendilhões do Templo e declara que o Templo, que significava o sistema governamental da época chagará ao fim. Na passagem em que amaldiçoa a figueira temos a clara visão de repudio ao símbolo do sistema Judaico.
Era um sistema teocrático, um Estado religioso, as leis da época eram a Bíblia, o Pentateuco e a constituição, o código penal e o código.
A sociedade era piramidal composta pela classe alta, classe rica, classe intermediária e a classe baixa se concentravam a maior parte da população, tratados nos evangelhos por “multidão”. Uma verdadeira massa de pessoas desordenada, abatida e oprimida. E é neste cenário que Jesus declina as  bem aventuranças, multiplica os pães e os peixes, cura leprosos, cegos, coxos, expulsa demônios, perdoa pecados e consuma sua obra vicária na morte de cruz.


BIBLIOGRAFIA


SOCIOLOGIA, Material do Curso de Gestão Empresarial – FATEC – São Sebastião 2012.

DEMONOLOGIA, HISTÓRIA DA IGREJA E DOUTRINA DOS APOSTOLOS, Curso Médio de Teologia do Instituto Cristão de Pesquisas – ICP – SP, 2004.

KELLER, E.D e MAZULA, Pe. R – História da Igreja Moderna e Contemporâne  –– Claretiano – Batatais, 2013


BÍBLIA APOLOGÉTICA COM APÓCRIFOS, ARC – ICP – RJ, 2014.

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